CONTRIBUIÇÕES IMORTAIS: "Saudade", poema de Mirtes Chagas e Souza

SAUDADE

MIRTES CHAGAS E SOUZA
Membro-fundador da Academia de Ciências e Letras de Sabará

Cadeira 24. Patrono: Pedro Lúcio Pereira

A noite com tristeza se impôs em nossas almas.

Sabíamos que ainda era cedo para partidas!

Mas a Lua se mostrava na noite, nos reafirmando que não era dia...

Temendo a escuridão que se formou, as estrelas brilharam em um apelo desesperado.

Nada adiantou!

Não reduziu a tristeza...

Não enganou a solidão...

Nem espantou a angústia...

Uma dor dilacerante anunciou o final da luta! Era o fim da coragem!...

Uma saudade sem limites se fez presente.

Corações se uniram...  Mas nenhum estava preparado para a perda.

E aquela saudade... também não era uma saudade qualquer!

Haveria, então, chances para novos contornos? Haveria, ainda, tempos risonhos?

Incertezas...

Incertezas...

O peito apertado só conseguia murmurar gritos de silêncio...

E assim foi! E assim ela se foi! ...

Descer a rua agora seria o desejo do encontro... de imaginar a distribuição gratuita de sorrisos, dos quais escorriam carinhos, afetos...

Impossível voltar o tempo!

Para sorrisos presos que não foram dados...

Para diminuir a dor sem sentir a falta de abraços pendentes!...

O caminho é o mesmo! Mas os braços, acostumados, não achando seu abraço, seguem...

Com menos sorrisos...

Com menos alegria...

Com menos gritos ou palavras de carinho...

Por enquanto apenas seguindo o mesmo caminho... com momentos cansados, que se remoem em lembranças.

Às vezes, doces lembranças; de um tempo, de uma vida linda que se foi...

É... É pura saudade! ...

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