PATRONO: "Serenata", poema de Augusto de Lima

SERENATA

ANTÔNIO AUGUSTO DE LIMA
Presidente da Academia Brasileira de Letras, jornalista e poera novalimense/sabarense, nascido em Congonhas de Sabará, hoje Nova Lima. Patrono da Cadeira 2 da Academia de Ciências e Letras de Sabará, ocupada pelo escritor, poeta, historiador, membro da Arcádia de Minas Gerais e da Academia Novalimense de Letras, ex-cônsul honorário do Canadá em Minas Gerais, Walter Gonçalves Taveira.

Plenilúnio de maio em montanhas de Minas!
canta, ao longe, uma flauta e o violoncelo chora.
Perfuma-se o luar nas flores das campinas.
sutiliza-se o aroma em languidez sonora.

Ao doce encantamento azul das cavatinas,
nessas noites de luz mais belas do que a aurora,
as errantes visões das almas peregrinas
vão voando a cantar pela amplidão afora...

E chora o violoncelo e a flauta, ao longe, canta.
Das montanhas, cantando, a névoa se levanta,
banhada de luar, de sonhos, de harmonia.

Com profano rumor, porém, desponta o dia,
e na última porção de névoa transparente
a flauta e o violoncelo expiram lentamente.


LIMA, Augusto de. Contemporaneas. Poesias de Augusto de Lima. Prefácio por Theophilo Dias. Rio de Janeiro: Typ. De G. Leuzinger & Filhos, 1887. 175 p. (Contemporaneas) 12x19 cm. Inclui uma “Errata” ao final do volume. Ex. col. Antonio Miranda

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