CONTRIBUIÇÕES IMORTAIS: "O ano de 2020 e suas implicações nas Festas e Feiras Literárias", texto de Túlio Damasceno
O ANO DE 2020 E SUAS IMPLICAÇÕES NAS FESTAS E FEIRAS LITERÁRIAS
Cadeira 16. Patrono: José Patrício
Imagine se
alguém viesse do futuro e chegasse perto de você, digamos, em outubro de 2019 e
lhe dissesse, em alto e bom tom:
— Venho do
futuro e o ano de 2020 obrigará as pessoas a ficarem em casa, não poderá ter
aglomerações, acabarão as viagens, as escolas estarão fechadas — todas elas,
públicas, particulares — e também os bares e restaurantes não poderão abrir,
além do banho de mar e as festas canceladas.
Qual
seria sua reação? No mínimo daria uma boa gargalhada e diria:
— Mas que
sujeito sem noção!
Pois é, meus
amigos, 2020 chegou com todas essas implicações e muito mais.
O home office, para quem pode, tornou-se
uma alternativa para o trabalho, e as lives
um entretenimento cultural para as famílias (tirando as de sertanejo, que faz
com que as pessoas tenham recaídas e liguem para o ex; no mais, é uma
alternativa válida).
As Festas e
Feiras Literárias também tiveram de ser canceladas ou modificadas para o espaço
virtual. A tradicional FLICA – Festa Literária Internacional de Cachoeira, que
chegaria em sua 10ª edição esse ano, foi cancelada.
Outro
cancelando que chamou a atenção de todos foi o da 26ª Bienal do Livro de São
Paulo, que chegou a reunir cerca de 600 mil pessoas nos anos anteriores e só
terá uma próxima edição em 2022.
Entre as que
migraram para o formato virtual temos a Bienal Mineira do Livro, que se
transformou na “Bienal Em Sua Casa”, com a participação de autores, editoras e
o público ligados nas plataformas virtuais do evento.
Outro
tradicional evento de Literatura também migrou para o virtual: a FLUP – Festa
Literária das Periferias, que está em sua oitava edição e aconteceria no Rio de
Janeiro. Esse ano, a FLUP homenageou a escritora Maria Carolina de Jesus e
contou com uma programação que aconteceu todas as terças de maio a julho. A
Festa se reinventou e ocupou as plataformas digitais.
Outra que
teve de se adequar aos novos tempos foi a nossa charmosa FLIS – Festa
Literária de Sabará, que, durante cinco anos ininterruptos, encheu as praças, o
Museu do Ouro, a Casa Borba Gato, o teatro municipal, o Cine Bandeirantes, com
uma diversidade de atrações, levando em conta a valorização dos escritores e
artistas locais e pensando sempre na forma de unir os livros e os leitores.
Para o ano
de 2020, a FLIS, que terá início na sexta-feira dia 28 de agosto, contará com
uma programação variada e rica: começamos com o grupo Cantarolê, que irá fazer
uma apresentação com músicas, histórias, mediação de leitura e muita alegria.
Na sequência teremos um bate papo com Débora Mini e Ricardo Poeira, o casal de
animadores, ambos com formação superior em Cinema de Animação. Unidos pelo amor
a essa arte, integram a Poeira Estúdio, onde fazem aquilo de que mais gostam:
contam boas histórias, com a mediação da ilustradora Luanna Grammont.
Para
encerrar a noite teremos uma mostra de animação — a “Literatura Animada”, que
contará com sete curtas de animação produzidos aqui no Brasil e baseados em
textos literários de escritores como Fernando Sabino, Carlos Drummond de Andrade,
Luiz Fernando Veríssimo e Fernando Pessoa.
Para o
sábado, dia 30 de agosto, teremos uma oficina de livro cartonero com a Sol
Barreto, idealizadora da Catapoesia — editora cartonera. Depois teremos uma
mesa com os escritores Pedro Bomba, Laura Conrado e mediação de Wallison
Gontijo, falando sobre literatura para jovens, e para encerrar a noite teremos
a apresentação musical do sabarense Waldo Sepulveda, que tocará Clube da
Esquina, Beatles e muito mais.
O domingo
sempre significou muito para nós: dia de banda no coreto da Praça Santa Rita,
para a emoção de muitos e até mesmo do nosso saudoso Son Salvador, que sempre
chorava ao ver essa apresentação. Mas esse ano não veremos a banda passar.
Para o nosso
domingo, começamos às 11 com o lançamento do cordel “A Menina de Lá”, de
Olegário Alfredo, baseado no conto homônimo de Guimarães Rosa e com a
participação musical do Zebeto Corrêa, que também fez um CD baseado na obra
roseana, o Nonada, em 2020.
Depois
teremos uma ação do Clube de Leitura Iniciados de Aníbal com uma palestra sobre
o autor sabarense Aníbal Machado com o professor Marcos Teixeira, direto de
Campo Grande – Mato Grosso do Sul, e com mediação da Isabella Menezes – técnica
em assuntos educacionais do Museu do Ouro.
O Coletivo
Iabás também marcará presença no domingo. O grupo — formado por Magna Oliveira,
Madu Costa e Chica Reis — irá nos transportar para o universo das histórias
africanas e afro-brasileiras.
E, para
fechar a Festa, convidamos o Grupo Fuzuê para uma animada roda de samba.
A Literatura
resiste, mesmo em tempos tão complicados. Seguiremos e, no futuro, quando
olharmos para trás, poderemos dizer que fizemos a diferença em tempos tão
complicados como esse.
Viva a Literatura!
E que as artes nos enredem nesse momento de pandemia, sendo um bálsamo de beleza e esperança ... Valeu, Túlio! Forte abraço, Glaura
ResponderExcluirE vamos resistindo, Túlio. Atravessaremos essa fase usando as melhores armas, a palavra e a cultura.
ResponderExcluirSelma