CONTRIBUIÇÕES IMORTAIS: "Homenagem ao meu pai", de Marcelino Maia de Lima Guerra
HOMENAGEM AO MEU PAI, Dr. Mário de Lima Guerra*
Cadeira 23. Patrono: Dr. Mário de Lima Guerra
De
mãos dadas, me levava o meu grande amigo.
Com
ele, seguro eu seguia.
Me
contando histórias, músicas cantava.
Energia,
pujança, meu companheiro.
Ali a
meu lado, ano após ano, dia após dia.
Onde fostes
agora parar, oh voz, sempre forte e convicta, sempre firme e amiga?
Como
silenciastes, oh fonte de amparo, oh manancial de sabedoria?
Aqui
deixastes este silêncio súbito, que eu não conhecia, e conhecer não queria.
Pouco
a pouco, no entanto, percebo.
O seu
silenciar é também amoroso. É igualmente expressivo e eloquente.
Pois
do seu passado honroso, é glória que fica.
É
semente plantada, que leva embora a tristeza.
É gratidão,
que preenche o vazio.
É
fonte de progresso, de suas obras erguidas.
Exponencial
figura, aqui não ficará sua ausência, tampouco vazio silêncio.
Ficará
sim sua alegre presença.
Ficará
de sua voz, as palavras, tão sábias.
Na
memória guardadas, a entoar um fluente tratado de coragem e Fé.
Fulgurosa
inteligência, amigo leal.
Entusiasta
nato, mobilizador.
Vicentino
longânime, quantos pobres acolhestes...
Quantas
portas deixastes abertas...
Tantos
caminhos por aqui pavimentastes...
Quantos
amigos aqui fizestes e, com efeito, cultivastes...
Quantas
eventos, quantos encontros, quantos almoços com seus amigos, alegrias e
sorrisos que tornastes vivos...
Tanto
defendestes a cultura e as artes...
Como
zelastes e difundistes a história...
Discípulo
cristão, testemunhastes a Fé.
Conselhos
em dezenas integrastes, todos os continentes deste mundo atravessastes,
multinacionais dirigistes, colares, comendas, títulos e honrarias recebestes, tudo
isso sem deixar, jamais, de ser autenticamente: você.
Da
família, um patrono de prontidão, um confrade benevolente, um consorte
protetor. Amigo tão favorável, afável e encorajador.
Por
certo, são muito escassas estas linhas que escrevo comparadas ao tanto que
precisava alcançar.
Por
isso pretendo somente exprimir, neste encolhido fragmento, um pouco de um tudo,
de alguém que tanto iluminou neste mundo e, com o entardecer, se foi. Assim
mesmo como o sol, que aquece, ilumina e depois se põe.
Este
tão grande amigo está hoje na Glória do Céu. Onde um dia esperaremos reencontrá-lo.
Seguiremos
então, firmes e avante.
Subindo
a montanha.
Buscando,
como ele, otimizar cada minuto que passa.
Buscando
tatear, tocar, compreender o real sentido da vida. Dando sentido a ela. Para
então construirmos como ele tão dignificante, tão pronunciado, tão fascinante
legado.
“O Acadêmico”, criado por meu pai, reporta hoje este marco imutável, também para história da Faculdade de Sabará.
Faculdade que ele fundou e que precisará seguir em seus feitos e desígnios.
Devoto, meu pai entregou a Faculdade de Sabará nas mãos do Divino Espírito Santo, no discurso de inauguração da Instituição, em 20 de setembro de 1998.
Assim, hoje propositado a seguir os passos do meu pai, compromissado a continuar aqui suas obras, em fidúcia deixadas, suplico ao Divino Espírito Santo que permaneça identicamente conosco, nos iluminando, nos conduzindo e nos protegendo. A Faculdade de Sabará será sempre Vossa, oh Divino Espírito Santo. Pedimos assim que, por Sua graça e bondade, possam aqui seguir existindo todos os seus Sete Dons, a Sabedora, o Entendimento, o Conselho, a Fortaleza, a Ciência, a Piedade e o Temor a Deus.
Que assim seja.
*Texto publicado originalmente n “O Acadêmico”, mês de março/2022
~
Querido leitor, assine seus comentários!
Que lindo texto Marcelino! ... Expressou tudo com propriedade e carinho! Emocionante! Abraços.
ResponderExcluirAh! O Mário, o “velho” Mário! Quem por ele não foi tocado, que espere a próxima dança! Pois é sublime oportunidade de luz! Que lindo texto, “irmão”! Seus passos, embora seus, levarão as indeléveis marcas do Guerra! Beijinhos! Grazi de Sempre!
ResponderExcluir"Um pouco de um tudo" , maravilhosa homenagem Marcelino! 👏🏻👏🏻👏🏻🙏🏼
ResponderExcluirSelma