"Sabará, um canto de Minas no coração da gente", de Ana Paula Cruz
Membro-fundador da Academia de Ciências e Letras de Sabará
Cadeira 20. Patrono: Lúcia Machado de Almeida
É 17 de julho... e o céu amanhece com um azul de festa.
Sabará desperta com cheiro de café passado no coador de pano, som de sinos rasgando o silêncio das montanhas
e o abraço suave da neblina que beija os telhados dos velhos casarões.
Sabará é chão que fala...
Pedra sobre pedra, calçamento que guarda passos de séculos, risos de criança, conversas ao pé do ouvido.
As janelas coloniais se abrem como braços antigos,
e o tempo ali passa mais lento, como se respeitasse a delicadeza da memória.
Cidade que nasceu do ouro... mas não apenas o das minas:
o ouro que brilha na alma de quem por aqui vive, acolhe e permanece. Ouro nas igrejas banhadas de fé, nos altares onde repousam esculturas do gênio Aleijadinho.
Sabará é arte viva...
Em cada canto, um conto.
Em cada igreja, um sussurro barroco. Em cada entardecer, uma pintura.
Pelas ruas, correm as águas e as lendas dos chafarizes. Fontes que não servem apenas para matar a sede,
mas para lavar a alma de quem precisa reencontrar o caminho da história.
E, quando a banda centenária ocupa o coreto, tudo ganha nova cor. O som invade a praça, embala lembranças.
E o povo vem, como sempre veio,
atrás da música, atrás da banda, como quem segue um destino bom... Que destino!
Então, no silêncio das casas antigas, brilha a palma barroca ... delicada, sagrada, feita à mão, com alma e devoção.
Não floresce no campo,
Mas floresce na cultura, na tradição.
É feita de luz dourada e de fé bordada, herança que abraça diversas gerações.
Sabará é sabor de jabuticaba, colhida no quintal, estourando na boca; é ora-pro-nobis no almoço de domingo.
É o teatro que guarda aplausos,
o museu que fala do tempo.
E assim ela segue... barroca, mineira, hospitaleira. Sabará, hoje é teu dia.
Mas quem te conhece sabe... todo dia é tempo de te amar.
Parabéns, Sabará!!
Terra de memórias, de tradições, de história. Um canto de Minas no coração da gente.
~
Querido leitor, assine seus comentários!
De repente, 314 anos depois... senti vontade de correr as ruas do 'bussu da Sabara' sentido o estouro das pedras nos pés como fossem as negras jabuticabas adocicadas. Senti vontade do frio da água fria do Kaquende... de ler voce e saber como é bom por aqui estar! ❤️
ResponderExcluirParabéns Ana!! Lindo texto!
ResponderExcluirUm sabarense que distante está
ResponderExcluirfaz vênia e aplaude. As palmas permanecem ao saber que seu Sabará está com em festa e a alegria do tempo do meu avô, do meu pai permanece no coração de sabarenses outros, louvadoures a eternizarem a felicidade sempre de ser Sabará.
Parabéns, Ana! Seu texto engrandece o modo de ser sabarense!
Espetacular! Todos os adjetivos que podem descrever a emoção cabem nesse texto!
ResponderExcluirVocê é excepcional em tudo que se propõe!
Que texto encantador, Ana! Nossa histórica Sabará e você merecem muitos aplausos e parabéns!!!
ResponderExcluirDarsoni
ResponderExcluirCada imagem traduzida em palavras são encantadoras! Parabéns!!👏👏👏👏