"Que é Arte?", de Graziela Armelao Jácome Rosa
Membro-fundador da Academia de Ciências e Letras de Sabará
Cadeira 11. Patrono: Gilberto Madeira Peixoto
Ah, sim, a pergunta foi a seguinte: que é Arte?
Antes de tudo, definir “que é Arte” talvez seja o ponto mais abstruso, mais
arrevesado deste texto. Está bem, então tentar-se-á a partir de um olhar para as
denominadas arte romântica, arte moderna, e, parece que olhando assim, alcançaremos
uma certa aquiescência, um aprazimento, pois grande parte das pessoas poderia
dizer que diante dessas artes existe o sentimento de admiração — assim sendo,
romântica ou moderna, ou mesmo antiga, essas artes são Arte. Sim, todavia,
podemos anelar um sentido a mais: o histórico. Conceito histórico, aqui, será
entendido como força da ação apoteótica do tempo, senão abrir-se-á nova
discussão — que é histórico?, que é tempo?, e, para agora, nada de delongas. Arte
pode ser algo “histórico”, ora.
No entanto, continuamos com uma questão. Muitas
pessoas mantêm como crivo para reconhecerem como arte aquilo que é eufônico,
aprazível aos olhos ou aos ouvidos, de repente ao olfato e quem sabe às mãos,
inclusive. Agora miremos a tal questão. O acervo moderno, bem como o
contemporâneo, pode causar uma estranheza, um esfregar de olhos e ouvidos
diante de sua não familiaridade com nossos sentidos. Então, poderemos definir
algumas ou muitas dessas obras como não-arte? Muitos artistas foram olhados de
maneira incrédula, “não é possível que chamem isso de arte”, muitos de nós assim já dissemos. Então que fazermos
sobre esse “isso”?
Tentemos mais alguns caminhos, quem sabe o
critério de beleza? Não, esse aspiraria ser absoluto, e filosoficamente sabemos
que os sentidos, sentimentos, encantamentos e engodos são por si em relação a! Ou
seja, em relação a algo e/ou a outra forma de ver, sentir, expressar. Portanto, o conceito de beleza já se mostra esvaziado, nesse momento, pois existe em
relação a!, novamente! Parece que estamos em um labirinto, hum, missão nada
fácil a de saber o caminho, caminho até a saída. Saída? Qual e sobre quê? Bem,
prossigamos então.
Tentemos o sentido, no caso, múltiplo sentido. Sim, a arte poderá ser observada por seus inúmeros sentidos. Assim, coloquemos um pouco de intenção — sim, intencionalidade poderá ser uma das saídas, um dos crivos a fim de vermos objetiva e subjetivamente uma obra. Portanto, façamos assim: objetivamente, a razão, grande ofício mental de reflexão somado ao subjetivamente, ou seja, a emoção, enquanto ofício da sensibilidade. Isso juntinho poderá nos dizer que, se teve intencionalidade, logos é arte! Ah, mas então quem nos dirá que houve intenção para que possamos dizer, “pois então é arte”? Hum, complexo, parece trabalho antropológico, e afinal o é, pois culturalmente temos em nosso meio formas para determinar o que pensamos, sentimos e apreciamos como arte. Instrumentos que nos ensinaram por convívio, quase fricção, alguns dos especialistas diriam, ou quem sabe algumas pessoas que nos parecem de fato entender o que é arte.
Todavia, não convidaria nenhuma pessoa a seguir algum conceito sobre o que é arte. Antes, bem antes eu diria que trata-se este de um pequeno texto reflexivo sobre o conceito, nada que nos faça esquecer do que sentimos diante de algo que julgamos artístico para abrirmos mão desse SENTIR em função do que alguém disse e eu não vi. Bom, parece que “sentir” Arte será talvez a mais nobre das saídas, sem sair do lugar. Portanto, bem-vindos!
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Great point of you!
ResponderExcluirVc arrasou na dissertação sobre a Arte ,onde a sentimos sem sair do lugar....
ResponderExcluirVc brilha em qualquer Arte por onde passa,afinal,sentimos vc em tudo que faz!!! Bingo
A arte evidência várias formas de expressarmos sentimentos.
ResponderExcluirParabéns minha irmã, pela reflexão e domínio do tema. Simplesmente lindo. Riquíssimo!
J.Cláuver
ResponderExcluirQuerida Amiga Graziela.
Acabei agora de ler mais esse trabalho seu, eivado de erudição conceitual sobre o que é ARTE; quanta competência para discorrer sobre algo que vem ser inato à sua personalidade e formação cultural. Parabéns. Sua sabedoria não nos surpreende, todavia, está sempre a se superar para deleite de nós outros, que tanto a admiramos.
Sim, sentir, essa é a arte!
ResponderExcluirParabéns, querida! Delícia de texto!
Parabéns!
ResponderExcluirViver é a grande arte!
Gostei muito do seu texto.
Uau! Que texto?! Tive que reler para aprender mais sobre "o que é Arte"!
ResponderExcluirCreio que seja mesmo Sentir e transmitir o Bem, o Bom e o Belo.
Aprendi um pouquinho,linda e brilhante colega Graziela?!
Bjos! Parabéns!
Mônica Maria Granja Silva
Conteúdo rico e reflexivo de uma pensadora nata!
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