"Condição docente e as TICs", Darsoni de Oliveira Caligiorne
Membro-fundador da Academia de Ciências e Letras de Sabará
Cadeira 29. Patrono: Alzira Umbelino
Condição docente e as TICs
A condição docente (FANFANI, 2005) é um estado do processo de construção do ofício de ensinar, sendo a condição um substantivo, e a docência uma realidade, marcada por características como gênero, idade, títulos etc., os quais concedem significados ao que fazem na dimensão da subjetividade.
A docência é um objeto social, resultado de uma construção social e histórica — isto é, presente na História —, no qual sujeitos e atores se deparam com práticas de trabalho que têm reflexos na formação inicial e permanente e que marcam a sua identidade (TEIXEIRA, 2007). A construção da identidade docente, segundo modelos críticos-interativos, é desenvolvida nas escolas, durante programas de formação individual e de grupo, como lugares de tensão, que envolvem a reprodução e a resistência. (DINIZ-PEREIRA, 2016).
Um dos fatores que interferem na construção da identidade docente está relacionado com a presença das tecnologias da informação e comunicação (TICs) na sala de aula, que redefinem as práticas e o trabalho docentes e, portanto, seus processos de formação.
Apesar do grande potencial pedagógico, incorporar as TICs no cotidiano da sala de aula envolve materialidade e subjetividade, isto é, os professores e sua relação com a tecnologia. É preciso que os processos de formação desenvolvam competências e atitudes para transformar as ferramentas tecnológicas em ferramentas pedagógicas. Portanto, a aprendizagem e o uso das novas ferramentas em aula devem considerar as atitudes e expectativas dos docentes a respeito das potencialidades e virtudes das TICs. Duas atitudes comuns em relação a TICs são a supervalorização, associando a ela uma imagem de solução de problemas, e a rejeição, como fonte de novos e graves problemas.
Diante das inovações tecnológicas, a prática docente aliada ao uso de tecnologias constitui um grande desafio aos professores nos tempos atuais. É importante que os processos que envolvem o ensino também se reestruturem de modo significativo, atentando para os novos ritmos, as novas percepções e os novos comportamentos de aprendizagem. Aprender, no entanto, não significa adquirir um saber, como um conteúdo curricular, mas tem sentido diferente para cada indivíduo (CHARLOT, 2000). Aprender é estabelecer uma relação com o saber, um saber que permite certo domínio do mundo no qual se vive, assim como comunicar-se com outros seres e partilhar o mundo com eles, viver certas experiências e, dessa maneira, tornar-se mais seguro de si, mais independente. Por isso, o saber envolve o sujeito.
É preciso que o conhecimento dos professores que acreditam nas TICs, juntamente com os professores que apresentam certo grau de resistência, transforme elementos — como a percepção e sentimentos em relação à tecnologia — e a dinâmica geral da escola, em aspectos que possam contribuir e projetar políticas efetivas de sensibilização, de forma a gerar possibilidades positivas e políticas de treinamento destinadas a desenvolver novas habilidades em profissionais da educação.
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Darsone, vc e super merecedor deste.Parabéns que Deus te abençoe sempre, com muita luz , beijo no coração ❤️
ResponderExcluirParabéns, Darsoni. Orgulho desta colega e amiga! De Maria Rita Oliveira.
ResponderExcluirParabéns, Darsoni, sempre explorando as nuances do ofício de ensinar! Abraço, Isabella
ResponderExcluirEmbora fora das salas de aulas, li seu artigo e fiquei me perguntando: como lidaria com as novas tecnologias no ofício de ensinar?! Creio que procuraria me adaptar aos novos tempos...fazendo delas, as tecnologias,aliadas...
ResponderExcluirParabéns,Darsoni, por ser um elo para os colegas em ação!!!
Mônica Granja