CONTRIBUIÇÕES IMORTAIS: "Escolhendo um patrimônio: Esporte Clube Siderúrgica, para o qual se educar", texto de Graziela Armelao Jácome Rosa
ESCOLHENDO UM PATRIMÔNIO: ESPORTE CLUBE SIDERÚRGICA, PARA O QUAL SE EDUCAR
GRAZIELA ARMELAO JÁCOME ROSA
Membro-fundador da Academia de Ciências e Letras de Sabará
Cadeira 11. Patrono: Gilberto Madeira Peixoto
Cadeira 11. Patrono: Gilberto Madeira Peixoto
Ao mirar de perto alguns conceitos como
educação patrimonial, tem-se duas ideias. Se de um lado vê-se a educação,
conceito por vezes arduamente debatido, mas com algo ainda a ser dito, mira-se de
outro lado o conceito de patrimônio, questão ainda nova e às vezes ausente na
pauta de discussões. Contudo, o que tem isso de relevante nesse estado das
coisas? É que, fosse o Esporte Clube Siderúrgica um patrimônio, seria ele
objeto da educação patrimonial?
Vamos ao nascimento: no caso específico
de Sabará, no ano de 1930, precisamente no 31 de maio, surge um ícone, grande
representativo da cidade, algo lídimo, genuíno, um time suficientemente forte
para ter sido, por exemplo, Bicampeão Mineiro nos anos de 1937 e de 1964! Um
Esquadrão do Aço, composto por bravos pés, chutes certeiros – conta a história
– e uma vontade de levar a ‘Serra Resplandecente’, o Sabarabuçu, ao delírio
entre uma bola e outra, entre um ‘gôlo’ e outro... diriam os patrícios
portugueses!
A fim de tratar dessa gigante
Tartaruga, que o totem está a sustentar, é preciso, ainda, discutir algumas
heranças culturais. Assim se faz: se os indivíduos são herdeiros da
coletividade de sua cultura, carregando consigo os traços dela; e, se os mesmos
poderão marcar a partir disso suas façanhas na sociedade, conclui-se que reconhecer
o passado cultural, e esportivo nesse caso, garantir-se-á um bom equilíbrio de
identidade cultural! Precisamente feito de digitais não somente de mãos, mas
também de pés, exatamente 10 dedos! Duas peanhas completas!
Foram tempos de crescimentos os vividos
por esse time, tempos de amadurecimento que acumularam histórias e experiências
desfrutadas em grupo, em time, em torcidas! Não será necessário deter-se em
passado longínquo, pois há experiências ainda vividas por aqueles que não se
intimidaram em não esquecer o passado e continuar a simplesmente serem:
torcedores, admiradores, zeladores e inclusive nostálgicos relatores dos bons
tempos, tempos nos quais o esporte pôde ser um bom recurso de reeducação, ahh,
a tal educação!
Falando nela, se a mesma for tomada a
fim de se enxergar a qualidade artística, histórica e por que não científica de
um bom futebol a interagir com um determinado ambiente, testemunhar-se-á a
cultura de um grupo humano, e isso é contar história! Se o sentido mineiro
desse futebol não existe somente na temática e sim no espírito mineiro, então
estudar, pesquisar a fim de tocar e sensibilizar os sabarenses diante daquilo
que se manifestou como uma alínea capitular da arte cultural e esportiva, é
algo de suma importância! Todavia, não é dizendo que o Siderúrgica é importante
porque é ‘antigo’. É educar de maneira patrimonial as crianças para que elas
olhem para esse bem esportivo da cidade e o possam valorizar. Ora, somos, como
já lembrado, herdeiros de vastas manifestações, e precisamos lembrar que tudo
isso é produto histórico de uma longa evolução.
Visitar a história de um time é um
átimo no qual é possível captar fatos escondidos e que são capazes de construir
uma alusão tangível na cronologia de um pretérito achanado, destruído. Isso por
si somente é convite para levarmos as crianças e seus olhos até onde esse
Siderúrgica esteve e foi! O caminho, a metodologia para tal definição de
critérios, é ‘para casa’ atualmente percorrido por pesquisadores em patrimônio
em todo o mundo, é preocupação de todos na Ciência. Se antigamente os anciãos
faziam o traditio nas pequenas aldeias, comunidades, contando as
histórias e vivências, e, se hoje parecem os vínculos estarem quebrados em
relação a essa transmissão, caberá aos atores do patrimônio trazerem a
discussão à tona e auxiliarem na vinculação das raízes perdidas.
Por fim, sem mirar o final, diante da
longeva tartaruga, nonagenária, que confeccionou tantas histórias a serem
revisitadas, faz-se o profundo convite de que seja dado a ela a chance sonhada
de quem deixou de fazer um gol ou ‘gôlo’ em seus 90 anos! E leia-se o que não
pude calar: Senti-me no prazer e não na quase obrigação de como ‘acadêmica
sabarense de Ciências e Letras’ escrever algumas palavras breves e que
alcançassem as nove décadas da ‘Academia Sabarense’, pois essa era a forma como
a história futebolística da agremiação bicolor era conhecida.
ab
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Maravilha de texto, nos faz refletir sobre nossos Patrimônios Históricos e Culturais! Parabéns
ResponderExcluirGeraldo Sérgio Guimarães
Texto maravilhoso! parabéns Graziela Armelao Jácome Rosa , você sempre se superando 👏🏻👏🏻👏🏻
ResponderExcluirComo é precioso conhecer nossa história permeada de pessoas e emoções... Viva! Glaura
ResponderExcluirParabens Graziela esplêndido seu texto, viajei na minha infância era de glórias do nosso Siderurgica. Temos que carinho levantar esta bandeira resgatar o que foi, o que é e o que pode ser no futuro da sociedade sabarense.
ResponderExcluirMaravilhoso!!Graziela você é brilhante!
ResponderExcluirBrilhante o texto. E. C. Siderúrgica, de brilhante trajetória e uma das glórias esportivas sabaraenses!!! Aplausos👏👏👏👏👏
ResponderExcluirBrilhante o texto. Parabéns.
ResponderExcluirE. C. Siderúrgica, de brilhante trajetória esportiva projetando, inclusive através de seus atletas, o nome da cidade no cenário esportivo nacional.
Sérgio Augusto Dias Florêncio.
Você sempre brilhando Graziela. Parabéns! !!
ResponderExcluirParabéns pelo texto. Palavras que reforçam o estímulo ao pertencimento de uma história que elevou, eleva e elevará o nome de Sabará, no cenário esportivo além das alterosas de nossa Minas Gerais.
ResponderExcluirParabéns Grazi, você é a minha inspiração ❤❤❤👏👏👏.
ResponderExcluirAdriana Lopes de Oliveira.
Que saudades da minha menina de mãos dadas com papai,indo para o ""Siderúrgica" torcer para a Tartaruga do Napoleão"!!!! Parabéns pelo texto Graziela!!!
ResponderExcluirPS: Que tal criarmos uma Sala de Memórias em nosso Museu da Gente Mineira?!
Monica Maria Granja Silva